sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Permita-se ser



Se quis ser, então que seja por completo.
Se disse, então que seja a verdade.
Se sofreu, então que tenha certeza de que cada pedaço de você sentiu dor.
Se quis tentar, então vá até o final.
Se você se entregou, então que tenha sido de braços abertos e tapete vermelho estendido para ele passar na sua vida.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Passei e percebi que já era passado



Passei pela tua casa e nem sei se você estava lá.
Passei pela tua casa e não tive vontade de entrar.
Passei pela tua casa e se quer quis saber se alguém estava ali com você.
Passei pela tua casa e senti que talvez já tenha te esquecido.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Carta



Tô pensando em desistir,
desistir de você e apostar em mim, no meu potencial para te esquecer e me conformar, entender que te perdi e ainda assim conseguir viver.

Tô pensando em não tentar de novo.
Afinal, depois de todos esses 24 dias de aflições causadas pela sua espera, você me parece ter se ocupado apenas com a busca por outra pessoa.

Acabei de ver, você já se encantou por outro alguém e está tentando conquistá-la - eu acho tão linda a tua forma de fazer isso - aliás, também acho lindo o teu sorriso, lembrei dele durante todas essas 576 horas.

Tô pensando em apagar da memória, você, a nossa história e o plano que um dia eu iria pôr em prática pra tentar te reconquistar.

Tô pensando em fazer dessa a nossa última carta.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Nessas segundas chuvosas



São nessas segundas de chuva que a gente quase perde o controle.

Nesses dias que dá vontade de entrar em uma jangada e atravessar o nosso rio de indiferença.

Nesses dias que meu guarda-chuva te procura para que nada além de mim toque o teu corpo.

Nesses dias os trovões parecem Deus como um juiz me mandando dizer tudo, ou qualquer coisa, que esteja aqui dentro e possa te fazer voltar a remar ao meu lado.

São nesses dias que o meu cobertor quer bater a sua porta para te oferecer o meu calor e conforto, como se você fosse um desabrigado, como se você ainda fosse aceitar alguma coisa de mim.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Outro alguém já ocupa o meu lugar?



Que pergunta atormentadora. Ela se infiltra na cabeça dos mais possessivos e covardes amantes. Ela é o teu inconsciente curioso, querendo saber se alguém teve a coragem e/ou capacidade de terminar o que você deixou por fazer, de ir em frente quando você desistiu, de gritar quando você calou e foi embora. E te consome querendo descobrir se o vencedor teve mais razão ou coração.

Boa parte dessa angústia também é medo, medo de ser alguém assim tão facilmente substituível. Medo de ver seu valor subtraído a quase nada ao se deparar com a nova atração daquele que pra você ainda vale muito.

inquietação/impotência/curiosidade/covardia/inocência/angústia/medo.
E mesmo assim, com outra pessoa você ainda vai tentar.

domingo, 6 de outubro de 2013

Autopreservação



Faz bem repensar sobre nossas atitudes,
não podemos voltar e mudá-las, mas podemos não repetí-las.
Não dá pra simplesmente fugir e esquecer,
mas dá pra aprender.

Entendo agora porque senti tanto frio naquele amanhecer ensolarado,
não há radiação capaz de derreter o gelo da alma.

É bobagem tentar tapar as brechas do coração fantasiando uma possível história com quem você tem de se esforçar para dizer "bom dia".

Mas pode ser um erro irremediável não tentar,
não arriscar, só por medo de chorar

domingo, 22 de setembro de 2013

A música



Há momentos que ninguém consegue explicar, que nem mesmo uma fotografia pode retratar.
Existem vozes capazes de nos confortar. Há silencio que nenhuma canção conseguiria superar.
Por mais uma vez essa letra diz o que mais ninguém parece compreender.
Então esse tom grave e já rouco vai mais fundo do que qualquer sensação que já tenha tocado meu corpo.

A música é a salvação.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Carência



Tentar tapar buracos da sua alma usando a vida de outra pessoa é mesmo um grande erro. Daqueles que, não tenha dúvida, você vai se arrepender. Um dia quando tudo terminar, ao passo em que um dos dois vacilar e ferir o ego do outro.

O que tinham estará acabado e você vai pensar, "tudo bem", afinal, não o amava mesmo...
Mas então verá que em menos de uma semana outra pessoa já está ocupando o seu lugar. Aí vai perceber que pra ele você também não significava muito. Era uma vida tapando o buraco de outra vida. Isso dói.

O amor verdadeiro também é finito e machuca quando acaba, mas pelo menos você têm lembranças para se apoiar, momentos de sintonia real que nem mesmo o tempo é capaz de apagar.

Ao se deixar enganar com uma falsa paixão na íngreme tentativa de se livrar da solidão, uma hora vai esbarrar em um balde de água fria, vai acordar, e não haverá nada real para se apoiar.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A melhor coisa que podia ter acontecido



Você foi roubado de mim.
Mas eu tô pra te dizer que essa foi a melhor coisa que podia ter acontecido na minha vida.
Sim, pelo menos, até então.

Porque depois de ver você ir sem se quer poder lutar contra isso,
(eu não tinha armas, não tinha força, não tinha argumento para te manter aqui, comigo).
Depois da dor de ver ela te levar com tão pouco.
Me senti obrigada a sacudir a poeira e voilà, ir em frente!

Em frente e adiante, muito adiante.
Foram vocês, os dois. É garota, você também.
Que despertou a vontade e coragem de ser maior que o mundo.
De ser boa no que faço e fazer tudo o que posso e também o que nunca pensei que poderia.

Mesmo sem saber, foi você quem deu forças pra eu aparecer frente aos seus olhos e me tornar alguém que você nunca imaginou que pudesse ter.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Noite de chuva



"Me dá a mão e vem comigo,
Apaga a luz e vem comigo,
Correr pelo céu nas estrelas tocar"

Toquei nas estrelas ao aceitar teus dedos
Corri lento entre nuvens de algodão ao abraçar o seu coração
O teu perfume dormiu comigo, ainda estava na minha mão.

Eu ainda não compreendi,
Mas enquanto nossos lábios se tocavam, algo maior acontecia.
Toda aquela chuva consentia.

E sei que nada disso foi em vão.


segunda-feira, 8 de julho de 2013

O Frio Atrás da Porta



É tão frio atrás da porta.
- Que porta?
Toda a porta.

Toda porta esconde algo frio. Algo frio dentro de alguém, que atrás dela se esconde. Ou algo frio que ela fecha e guarda, e veda, pra não deixar escapar.

A porta esconde algo frio até que alguém abra sem bater, sem dar tempo de trancar.
E assim, faça o frio se espalhar.

É tão frio atrás da porta.
- Mas um dia alguém invade. E faz o frio esquentar.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Saudade tem cheiro de pipoca doce



Pelo menos foi esse o aroma que eu senti em uma das últimas vezes em que passei por aquelas vielas de paralelepípedo entre os prédios. Onde o vento soprava loucas idealizações ali criadas e também findadas.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Inquietude



Inquietude deve ser aquilo que eu sinto durante à madrugada de domingo
esperando a segunda-feira chegar.
Ou então, às vezes em que verifico o celular na esperança de você me ligar.
Talvez seja a sensação estranha de estar em um carro parado no trânsito,
imaginando que seria mais rápido andar.

Inquietude deve ser ver você caminhar em outra direção
sem que eu possa desviar os teus trilhos.
Ou então, quem sabe seja, a fração de segundos em que eu perco
a oportunidade de dizer algo que possa te fazer ficar.
Talvez inquietude seja apenas o reflexo das vezes
em que eu me levanto para buscar café.

Inquietude pode ser a dor nos músculos do meu braço enquanto escrevo,
sem a menor chance de parar.
Ou então, pode ser os minutos que antecedem e me separam
do início de alguma atividade que gosto.
Talvez seja a força usada para quebrar algemas que prendem as asas,
que prendem a alma.

Inquietude deve ser a minha vontade de conquistar.
Ou então, os meses que já passaram e eu não consegui rimar.
Talvez a inquietude esteja mais para furor adolescente.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O som da sua voz



Hoje eu não consigo dormir
e a culpa é sua.
É sua, por não me permitir vomitar estes versos,
por não ficar, nem me deixar partir.

A culpa é sua, não tente se abster dela.
Eu te escrevi os mais bonitos versos,
mas por algum motivo,
eles não encontram rima.
Por algum motivo, eles não têm cor.

A sua ida levou minha sanidade,
e boa parte da capacidade que eu costumava ter,
de transformar pessoas em canções,
para assim, dar por encerrada
histórias que não me levariam a nada.

Sabe, às vezes o silêncio ajuda,
mas quando coisas que você quer esquecer
não saem da sua cabeça,
ele te corrompe.

Corrói cada ligação de emoção, e fio de sentimento.
Engloba cada neurônio, e diminui sua pulsação.

Mas os meus ouvidos, eles ainda decifram
cada onda de som emitida pela tua voz.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Quando tudo não for o bastante


Quando nem o meu maior grito for capaz de ferir teus tímpanos
Quando nem o meu fantasma te assustar
Quando nem que eu dance Macarena e plante bananeira imitando um macaco, possa ser capaz de despertar o teu sorriso
Quando nem que eu escreva um poema mais suave do que de Mário Quintana, e mais sofrido do que o Caio Fernando, eu te comova
Quando nem o solo mais bonito do que os feitos pelo Jimi Hendrix, consiga te chamar a atenção
Quando os meus rabiscos virarem música pro Chico Buarque cantar, e nem mesmo assim, tu me notar.

...ainda assim, não terá sido em vão.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Inverno



Não inverno! Ainda não, tá muito cedo pra chegar,
eu ainda nem achei alguém para esquentar meu coração.

Ok, eu sei, não tenho a mínima certeza de que vou encontrar,
mas me dá mais um tempo...
vem vindo, mas vem de leve, com candura, dando tempo ao tempo, pra eu tentar me acostumar.

Não és tu minha paixão, mas quem sabe um dia o sol queime tão forte, que eu passe a te amar.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Como um longa-metragem



A vida parece um longa-metragem quando caminho em falso por não saber onde seria correto pisar.
Parece mesmo um longa-metragem quando faço coisas que nunca vou poder explicar a razão de terem sido feitas.
Quando fico sozinha em casa imaginando que alguém esteja filmando todos os meus passos, às vezes até, meus pensamentos.
Também parece um longa, quando olho no fundo dos meus olhos, frente ao espelho, e tenho vontade de chorar.

Parece um longa-metragem, quando a madrugada é escura e eu sigo andando de um lado pro outro sem saber aonde quero chegar.
Parece um longa às 18 horas, quando a avenida está movimentada, e eu nem sei se é pra casa que quero voltar.
Também parece, quando a chuva fria bate em meu rosto, e eu começo a cantar, sem me importar que alguém possa escutar.

Às vezes chega parecer um curta, quando tudo é muito intenso, mas apenas por uma noite.

No final, tudo pode ser uma trilogia, dividida por fases, em que o autor ainda não revelou para a protagonista quando vai acabar. Nem ela decidiu sua participação encerrar.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Prosa



Uma carência irrevogável, a dor de estar só, de ter nascido só. De ser só?

- Não diz bobagem menina, como pode se sentir só em meio à multidão? Gente de toda cor, tamanho, raça, religião...
- Sentir, eis a questão. É falta de sentir. É o lado esquerdo dessa multidão. É por ainda não ter enxergado quem também anda remoendo a solidão.

- Você está desesperada, sem a mínima razão. Há tanta gente do teu lado, querendo te dar a mão.
- Por isso mesmo, e mais uma vez insisto, solidão! Me segure pelo olhar não por minhas mãos. Essa multidão entrelaçada pelos dedos esquece o brilho e a paixão.
Mas não se preocupe, isso é apenas parte da busca por "outro pino redondo nesse buraco quadrado".

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

É amor


É amor quando te ver, mesmo que de longe, já me faça tremer.
É amor quando procuro em outras pessoas você.
É amor quando do teu lado sonho acordada com o dia em que vou poder te ter.
É amor quando saio com os teus amigos só para me aproximar de você.
É amor quando vejo algo de encantador no teu cabelo grande, na tua barba já há semanas por fazer e até naquela barriguinha já escapando pelas calças.
É amor quando mesmo tendo te tocado apenas uma vez sou capaz de desenhar teu rosto de olhos fechados, respeitando os mais leves traços. Lábios finos, bochechas fartas, e olhos redondos e escuros feito bala de coca... É, a minha preferida.
É amor essa vontade que pulsa e me faz querer ser melhor, pra quem sabe um dia, poder te alcançar.
É amor ainda sobreviver mesmo te amando tanto assim sem poder deixar transparecer.