quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Inverno



Não inverno! Ainda não, tá muito cedo pra chegar,
eu ainda nem achei alguém para esquentar meu coração.

Ok, eu sei, não tenho a mínima certeza de que vou encontrar,
mas me dá mais um tempo...
vem vindo, mas vem de leve, com candura, dando tempo ao tempo, pra eu tentar me acostumar.

Não és tu minha paixão, mas quem sabe um dia o sol queime tão forte, que eu passe a te amar.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Como um longa-metragem



A vida parece um longa-metragem quando caminho em falso por não saber onde seria correto pisar.
Parece mesmo um longa-metragem quando faço coisas que nunca vou poder explicar a razão de terem sido feitas.
Quando fico sozinha em casa imaginando que alguém esteja filmando todos os meus passos, às vezes até, meus pensamentos.
Também parece um longa, quando olho no fundo dos meus olhos, frente ao espelho, e tenho vontade de chorar.

Parece um longa-metragem, quando a madrugada é escura e eu sigo andando de um lado pro outro sem saber aonde quero chegar.
Parece um longa às 18 horas, quando a avenida está movimentada, e eu nem sei se é pra casa que quero voltar.
Também parece, quando a chuva fria bate em meu rosto, e eu começo a cantar, sem me importar que alguém possa escutar.

Às vezes chega parecer um curta, quando tudo é muito intenso, mas apenas por uma noite.

No final, tudo pode ser uma trilogia, dividida por fases, em que o autor ainda não revelou para a protagonista quando vai acabar. Nem ela decidiu sua participação encerrar.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Prosa



Uma carência irrevogável, a dor de estar só, de ter nascido só. De ser só?

- Não diz bobagem menina, como pode se sentir só em meio à multidão? Gente de toda cor, tamanho, raça, religião...
- Sentir, eis a questão. É falta de sentir. É o lado esquerdo dessa multidão. É por ainda não ter enxergado quem também anda remoendo a solidão.

- Você está desesperada, sem a mínima razão. Há tanta gente do teu lado, querendo te dar a mão.
- Por isso mesmo, e mais uma vez insisto, solidão! Me segure pelo olhar não por minhas mãos. Essa multidão entrelaçada pelos dedos esquece o brilho e a paixão.
Mas não se preocupe, isso é apenas parte da busca por "outro pino redondo nesse buraco quadrado".