segunda-feira, 23 de junho de 2014

Essa calma é dor



Você está sentindo, não está?
está sentindo a frieza no meu olhar,
está sentindo meus passos lentos,
o gelo das minhas mãos é tão grande que mesmo distante você pode sentir, eu sei que pode.
A firmeza da minha voz branda como a de quem já não se importa em perder esse trem. Você sabe, é apenas o reflexo da premonição que tive, sobre um trilho partido, deixando um trem descarrilhado logo a frente, nessa estrada.

E aquele beijo de despedida?
morremos por algum instante, foi isso?
Foi esse o nosso adeus?
A dor de ver tudo o que eu sempre quis, na minha frente,
mas inatingível para mim.
Essa mesma dor construiu nosso muro, de cristal,
impenetrável.