segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O esconderijo que nunca tive quando criança


Que falta me faz aquele esconderijo que eu nunca tive quando criança.
Por que se um dia eu tivesse encontrado aquele cantinho entre as rochas na beira da praia, o escombro da casa abandonada no fim da rua, ou pelo menos tivesse construído uma casa na árvore.
Agora, eu correria pra lá!

Prepararia a minha mochila com bolachas, suco, chocolate e uma lanterna. Pegaria meu travesseiro e um cobertor. Uma maçã quem sabe.. E correria pra lá, e fugiria de tudo o que é humano. Não deixaria rastros, nem endereço.

Sei que por todo o tempo em que estivesse lá, me sentiria segura, pois não teria riscos, nem escolhas a fazer.

Humanos: tão feios, tão frios, tão falsos, tão perdidos, tantos jogos, tantas mentiras,tanta covardia, tanta insegurança, quanta vingança, quanta melancolia, transbordando vazio.

Em milhões, são tão poucas as pessoas interessantes. Confesso, eu preferia viver lá, no esconderijo que nunca encontrei. E quem pensa que não aguentaria a solidão. Esse, nunca deve ter se sentido sozinho em meio a multidão.

Ah se eu tivesse achado o meu esconderijo, agora eu correria pra lá, e iria esperar algum dia, alguem me encontrar.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Disco rígido


Faz algum tempo que não tolero ninguém ocupando espaço em vão nesse disco rígido dentro de mim. Por muitos denominado, coração.
O máximo concedido é um espaço na memória, se for boa lembrança.

Pode parecer frieza, mas não é, eu sinto, sinto muito, sinto forte.
Pode parecer proteção, mas na verdade é escancarado, é intenso, é destemido.

Só não é insistente, se entedia facilmente, e como bom marinheiro, levanta âncora em busca de outro cais.

Sem apego, Sem roteiro, Sem amor.