domingo, 20 de junho de 2021

A minha jornada


Uma das minhas primeiras memórias afetivas relacionada a musica é de uma Fran ainda criança, ouvindo o rádio e gravando em fita K7 suas musicas favoritas! 

Mais tarde, já na adolescência me vi aficionada pela MTV e sua programação musical que me deixava ansiosa para chegar da escola e poder assistir todos aqueles clipes incríveis durante o resto da tarde. Até que só assistir todas aquelas bandas não bastou, eu também queria ter a minha! Foi então que surgiu o sonho de viver de, e para, a música. 

Não foi difícil encontrar alguns parceiros na escola para criar a minha primeira bandinha de garagem, logo depois vieram mais duas e - nenhuma delas saiu da garagem – mas só o fato de encontrá-los periodicamente para tocar algumas das canções que nos inspiravam, já era o suficiente para nutrir nossos sonhos adolescentes.

Mas aí a gente cresce. E eu, logo quando completei 18 anos pus o pé na rua e não quis mais sair, digo, o pé na balada! Foi paixão à primeira dança. Estava todos os finais de semana e até alguns dias da semana em festas, e nelas encontrei uma figura que até então tinha passado bem despercebida por mim, a do DJ! Numa dessas noites de balada, olhei pra ele e pensei: “Que massa! Esse cara que entra de graça na festa, escolhe as músicas que vão animar a pista, e ainda recebe dinheiro por isso”. Paralelo a esse momento, eu me encontrava cursando jornalismo, curso que escolhi por acreditar que seria uma forma de “trabalhar com música”, já que almejava um dia trabalhar em uma rádio. Mas, até o momento o mais próximo que tinha chego desse sonho era fazendo estágio de redatora em uma revista de música aqui da capital. O que já era muito legal para mim, pois me proporcionava a oportunidade de estar imersa no universo musical e muitas vezes podia até mesmo entrevistar alguns músicos que eu admirava e cobrir shows que eu gostava. Mas como tudo sempre tem um porém, tive que trancar a faculdade por questões financeiras, e com a faculdade trancada, o estágio não poderia continuar.

Longe da faculdade, desempregada e sem poder “trabalhar com música”, relembrei aquela percepção que tive ao notar o DJ na balada, e usei minha ultima grana para fazer um curso de DJ! 

Para minha surpresa as coisas foram acontecendo naturalmente e eu me vi cada vez mais envolvida no universo DJ, inclusive tocando por várias cidades do interior do estado e em festas muito legais aqui na capital. Foi através desse trabalho que tive a oportunidade de fazer minhas primeiras viagens de avião para tocar em outro estado, conheci RJ/ SP/ SC... comecei a produzir minhas primeiras musicas e tudo estava indo muito bem, até que chegou a nós a pandemia.

Novamente me vi sem poder “trabalhar com música” e com todas as minhas datas canceladas sem previsão de volta. Eu precisava arranjar uma forma de me manter financeiramente e psicologicamente, porque é vital para mim “viver música”. Com o tempo de sobra que a pandemia também nos proporcionou, pude revisitar algumas coisas, alguns porquês e entendi que o maior porquê de fazer o que faço, é a vontade de que outras pessoas também possam se sentir abraçadas pela musica como eu me senti a vida inteira e principalmente, nos piores momentos da minha vida. Eu sempre pude contar com alguma musica para me confortar, reerguer e abraçar. Percebi que esse sentimento eu posso instigar nas pessoas de inúmeras formas, e naquele momento de inicio da pandemia a forma que encontrei foi através da curadoria musical para marcas. 

Usei minha experiência já há 6 anos como DJ e busquei cursos, conhecimento sobre gerenciamento de marcas. Então fui atrás dos meus primeiros clientes e as coisas foram acontecendo, muito no bom e velho “boca a boca”, de quem tinha contratado a minha curadoria musical para sua marca e tinha gostado tanto a ponto de indicar para outras pessoas. 

Como naquele momento todos estavam em suas casas, a maior forma de comunicação que tínhamos com o mundo era a internet e eu tive que deixar a vergonha de lado e começar a criar conteúdos, fazer vídeos, explicando sobre o meu trabalho, o meu propósito, as coisas que eu acredito e porque as pessoas deveriam confiar em mim. 

Numa dessas, uma velha amiga que é radialista, viu um desses vídeos e veio me perguntar: “amiga, tu já pensou em trabalhar com rádio? Vejo que tu fala tão bem”. Nossa, essas palavras floresceram tão forte aqui dentro! Porque lembra? Esse foi um dos meus primeiros sonhos, e com tudo que já tinha acontecido na vida até aqui, ele estava lá no fundo, meio "apagadinho", mas ouvir essas palavras foi o suficiente para me impulsionar a buscar meu espaço em mais essa jornada. Assim cheguei aqui. 


(Trabalho de storytelling da vida, proposto pelo curso de locução que estou finalizando!)





domingo, 27 de março de 2016

Marry me



Saiba que existe em mim uma dor forte e profunda por não poder cuspir todo esse ardor 
que nem mesmo sei de onde veio.

Todo o amor que ainda nem mesmo sei se sinto.

É triste ser um ser assim, tão indeciso.
Ainda nem mesmo sei se mais triste para mim, ou para quem espera pelo que sinto.

Me desculpe se um dia desses eu nos envenenar,
quando ainda nem mesmo souber definir se morreremos por amor ou pelo agridoce do meu egoísmo,
que disfarço agora nesse pedido.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Escribã


Só a escrita me liberta
do vazio e da dor da incompreensão. 

A escrita me liberta de uma passagem fugaz por esse mundo,
com ela, e muitas vezes, só com ela, posso me fazer entender.
Mais que isso, ela consegue mostrar ao mundo o que o meu silencio tem a dizer.

Só ela é capaz de amenizar o abismo que a falha da minha voz perpetua.

Milhares de ondas sonoras me recusei a emanar calando gritos,
mas a velocidade do som que me desculpe, a força da minha voz protestante 
encontra mesmo aconchego, é sendo transcrita nos livros dessa estante.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

tragar a dor



Um maço de Malboro vermelho para essa noite, por favor.
Preciso da sensação de matar algum tempo.

Vou tragar a morte para reacender a esperança.
Inalar fumaça para nublar minhas lembranças de nós dois.

Talvez o whisky derreta o gelo que você me deu,
com sorte esquenta o espaço frio em que você criou.

Tô querendo mais uma vez me entorpecer.
Subir na mesa e rir da minha dor,
depois chorar feito criança órfã de amor.

Eu quero um tempo para sentir a dor, remoer, mastigar e cuspir
esse gosto amargo que você deixou.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Vazei



Tive de dizer adeus de novo para ir plantar amor em outro quintal,
já que no seu nada floresceu eu juntei meu cuidado, afeto e atenção,
recolhi as sementes que já tinha espalhado no chão.



sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Papel de palhaço



Então se não estiver disposto a fazer papel de palhaço...
lamento informar,
restam poucas vagas no elenco.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Alô...



Ufa!
Não pensei que seria capaz de me arriscar tanto.
Nossa, não imaginei que conseguiria.
Caramba, como que dessa vez fui mesmo capaz?

Senti isso tudo assim que desliguei o telefone.
Corri para secar o suor de nervoso que escorreu como a mais genuína das formas de dizer: "estou nervosa demais só por falar com você".
Depois corri pra cama, abracei o travesseiro e juro, por uns 3 minutos não pensei em NADA, nem em você.

Nirvana.