sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O tom da nossa vida

Não sejamos demasiadamente fúteis nem medrosos, porque a vida tem de ser sorvida não como uma taça que se esvazia, mas que se renova a cada gole bebido.
Enquanto houver lucidez é possível olhar em torno e dentro de nós: um intervalo que seja entre a correria do cotidiano, os compromissos, o shopping, a tevê, o computador, a lanchonete, a droga, o sexo sem afeto, o desafeto, o rancor, a lamúria, a hesitação e a resignação.
Refletir é transgredir a ordem do superficial.
Mas se eu estiver agachado num canto tapando a cara não escutarei o rumor do vento nas árvores do mundo - que eu sempre quis tanto entender mesmo por um só dia, quem sabe o último dia. Nem saberei se o prato das inevitáveis perdas pesou mais do que o dos possíveis ganhos.

(Lya Luft - Perdas e Ganhos)

2 comentários:

  1. Eu tenho esse livro... Li um pouco e não o fiz por completo por prioridades de outros livros urgentes. Bah guria... Legal ver você pontuar esse trecho!
    Bjkss

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  2. Eu consegui ler ele todo é muito bom, e esse trecho chamou minha atenção, quando tiver um tempo termine de ler, vale a pena!
    beijos

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