segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Prosa
Uma carência irrevogável, a dor de estar só, de ter nascido só. De ser só?
- Não diz bobagem menina, como pode se sentir só em meio à multidão? Gente de toda cor, tamanho, raça, religião...
- Sentir, eis a questão. É falta de sentir. É o lado esquerdo dessa multidão. É por ainda não ter enxergado quem também anda remoendo a solidão.
- Você está desesperada, sem a mínima razão. Há tanta gente do teu lado, querendo te dar a mão.
- Por isso mesmo, e mais uma vez insisto, solidão! Me segure pelo olhar não por minhas mãos. Essa multidão entrelaçada pelos dedos esquece o brilho e a paixão.
Mas não se preocupe, isso é apenas parte da busca por "outro pino redondo nesse buraco quadrado".
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É, é triste: a solidão em meio à multidão.
ResponderExcluir"Me segure pelo olhar não por minhas mãos. Essa multidão entrelaçada pelos dedos esquece o brilho e a paixão."
Belo texto, Fran!