Nao tenho certeza, mas me parece que esqueci da proteção, e é isso que me impede de chorar.
Me deixei levar, foi por pouco tempo, mas foi intenso, mesmo sem confiar em você, a vontade que sentia de me permitir era tanta que na primeira chance me expus a você, e depois daquilo fui vivendo cada dia da forma peculiar em que todo o novo amanhecer me propunha.
Inconsequentemente entregando o que sentia, deixei de me cuidar, quebrei todas as regras que eu mesma havia ME imposto, bloqueei o meu passado para não lembrar do conhecimento que minhas cicatrizes carregam.
Fui vulnerável por vontade própria, corri em direção a ponta do penhasco mais alto que conhecia apenas pra sentir o vento devastador estremecer meu corpo e balançar meus cabelos. Precisava me arriscar o máximo que conseguisse para tirar a ideia de que tudo aqui dentro está seco e infértil.
Quem sabe a um tempo atrás estaria me punindo por não ter tido cautela, mas hoje estou me parabenizando por ter me exposto ao imprevisível.
Não choro nem me sinto triste, pois tudo um dia chega ao seu fim. O sentimento é de esperança, já que depois de você eu sei, tenho muito a oferecer para alguém que possa me oferecer o seu mundo também!
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